Por Naira dos Santos e Edu Silvestre
A cesta de produtos
exportados pelo RN diversificou-se nas últimas décadas, incluindo produtos tradicionais
como açúcar, sal, algodão e castanha do caju, e outros novos como camarão,
combustíveis e frutas tropicais. Entretanto, destaca-se a continuidade das características de uma “economia periférica” do
tipo enclave, derivada da concentração das atividades econômicas do setor
externo no segmento de commodities minerais e agroextrativistas.
Conforme Silva e Montálvan (2008), no biênio 2005-2006 cerca de 70% das vendas externas potiguares foram
para os blocos União Europeia e Nafta. Nossa pesquisa indica que esses valores
se mantiveram no biênio 2010-2011, com a União Europeia absorvendo 40% das
vendas potiguares e o NAFTA outros 30%, indicando uma forte vinculação das
exportações estaduais com os mercados mais ricos do Atlântico Norte.
Nessa
dinâmica atlântica se insere ainda a África, apesar da grande oscilação entre
2010 (6,5% das vendas potiguares) e 2011 (2,35%), e o Mercosul com,
respectivamente, 9,26% e 6,93% das exportações potiguares no mesmo período.
Ressalta-se que o Mercosul, especialmente a Argentina, vem se recuperando
quando comparado com os percentuais de 2006, quando representou apenas 3,28%
das vendas potiguares.
Essa concentração das exportações do RN nos mercados
atlânticos é tão significativa que mesmo a China, importante mercado de destino
das exportações brasileiras, absorveu modestos 0,59% e 2,71% das exportações
potiguares no biênio 2010-2011.
Em suma, mapeando-se os mercados de destino do comércio exterior potiguar
observa-se uma forte concentração geográfica em torno das vantagens de localização do Rio Grande
do Norte em relação aos mercados atlânticos. Entretanto, esses fluxos
comerciais se concentram basicamente na direção das economias ricas do
Atlântico Norte, com uma participação secundária do Mercosul, e quase
desprezível em relação aos mercados africanos (este menos importantes mesmo que
os mercados asiáticos).
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Naiara dos Santos é aluna da graduação do Departamento de Geografia da UFRN.
Edu Silvestre é professor do Departamento de Geografia da UFRN.
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